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Mostrando postagens de janeiro, 2017

“Ainda que ande pelo vale da sombra da morte”: a produção dos espaços de medo e punição

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Claudio Correia de Oliveira Neto Historiador Especializando em Educação de Jovens e Adultos no contexto da diversidade Técnico de nível médio integrado em controle ambiental correia.claudio@rocketmail.com PRODUÇÃO MATERIAL E DISCURSIVA DOS ESPAÇOS DE MEDO             Na localidade onde você mora deve haver uma rua que se evita passar pelo perigo de ser assaltado, um bairro que frequentemente está nos telejornais policiais, uma parada de ônibus que não é usada em determinado horário devia a arrastão, uma avenida que se apressa o passo para fugir de assalto ou bala perdida. Há sempre um espaço marcado pelo medo. Essencialmente nenhum espaço tem essência em si, a adjetivação do espaço é feita pelos sujeitos que nele habitam de forma material ou simbólica (ARRAIS, 2004) (TUAN,2013). Há um processo de produção de significado que o torna temido pelos transeuntes.  Esta diferenciação espacial se dá de duas formas: a mat...

APOLOGIA A LÓGICA DO DIREITO

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador Licenciado- UFRN Especializando da Educação de Jovens e Adutos no contexto da Diversidade - IFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental- IFRN correia.claudio@rocketmail.com Souza a partir de seus pressupostos teóricos conceitua a lógica como a investigação dos sistemas constitutivos da razão humana seja ela dedutiva ou indutiva. Seria então ela um instrumento de organização do pensamento. Na tradição aristotélica ela pode se configurar de duas formas: lógica formal e lógica material, respectivamente preocupada com a forma e a outra com o conteúdo. Nas raízes históricas ainda se encontra as contribuições do sofistas que empregam a estética em detrimento da razão, buscando estratégias de persuasão baseados na exposição e sensibilização do que no argumento mais racional. No processo histórico vai se produzindo uma polarização entre a lógica formal e a lógica dialética.  A formal é uma herança histórica de P...

SHOPENHAUER, A ARTE DE TER RAZÃO E A PÓS-VERDADE NA ERA DIGITAL

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador Licenciado- UFRN Especializando da Educação de Jovens e Adutos no contexto da Diversidade - IFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental- IFRN correia.claudio@rocketmail.com Todos os anos o Oxford Dictionaries elege a palavra do ano. Para 2016 a eleita foi a “pós-verdade”. Empregada pela primeira vez em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich, ela tem aparecido há cerca de uma década no vocabulário acadêmico , mas apenas recentemente tem sido mais cotidianamente aplicada. Segundo dados o uso da palavra cresceu 2.000% em 2016. Além de elege-la a Oxford também a definiu como um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Analistas políticos, historiadores e demais profissionais das ciências humanas e sociais tem recorrido ao conceito de pós-verdade para explicar fenômenos como...