A desnatureza das coisas

 “Desconfiai do mais trivial, na aparência singela. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: Não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.” (Bertold Brecht)
A DESNATUREZA DAS COISAS
Por Cláudio Correia de Oliveira Neto
O que vem a ser a desnatureza? Só encontramos a reposta pela questão no sentido contrário. O que  vem a ser natureza?
A natureza enquanto idéia é gerada por duplicata.As idéias só nascem em duplicidade com seu oposto. Vemos  a necessidade da construção de idéias referenciais que geram os modelos de comparação.Só conseguimos julgar ou deferir o que é bom mediante já tivermos provado o que é ruim.
Até o exato momento sabemos que a idéia de natureza existe,falta colocarmos em xeque o conceito de natural.Mas o que é natural?Generalizando ele pode ser compreendido como aquilo que é gerado espontaneamente,nasce de uma vontade verdadeira sem interferência do meio ,é o duplo contrario do artificial que é provocado antropologicamente.Vamos nos perguntar: Poderia não existir a interação homem-natureza ?Tal interação poderia não provocar conseqüência nenhuma?É provável algo gerar e gerir a si mesmo? Existe  algo que se faz por si mesmo?Bem, a possibilidade existe a probabilidade é próxima a inexistência.O meio é tudo o que cerca o homem e a interação com ele é fundamental a sobrevivência da nossa espécie.O espontâneo passa então a ser um efeito por uma causa iniciada com um ato.Em essência nada é natural.
A desnatureza é a percepção de que o natural existe enquanto realidade construída,todavia não é ele real.O espontâneo e sem interferência  ,que se faz por si mesmo não existindo ,logo é um HABITUS – idéia construída e absorvida, por meio de repetição, pela maioria. Assim ocorrendo,ele é um limitador da criatividade uma vez que a maioria das construções das idéias tem como censurador o natural.Sua inexistência no plano concreto abre o leque para oportunidades além do próprio infinito ,tendo como filtro a ética ,e ensinando a olharmos por novos ângulos e encontrarmos novas soluções.

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