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Mostrando postagens de dezembro, 2013

O OPERARIADO BRASILEIRO PRÉ-REVOLUÇÃO DE 1930: UM BALANÇO HISTÓRIOGRÁFICO

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto correia.claudio@rocketmail.com             A historiografia tradicional da década de 1970, na figura de Boris Fausto, defende que as limitações estruturais, que favoreciam a heteronomia sindical, geram um movimento operário débil, o que leva o movimento a uma sucessão de derrotas. A influência do movimento anarquista, na visão do historiador citado anteriormente, impossibilita uma luta no campo político, uma vez que Fausto não reconhece no combate prático das relações de produção um aspecto político. A não formação de um partido político ou sindicato constitui um erro tático que além de dificultar a formação da classe operária ainda a afasta do espaço de poder representativo. Ainda na introdução da obra “Trabalho urbano e conflito social (1890-1920)” Fausto defende que a luta fundamental não se define entre uma burguesia agrária e a classe operária, pois o operariado brasileiro é apenas uma ...

MODERNO ESPITUALISMO: ENCRUZILHADAS DO IMAGINÁRIO POLÍTICO COM O IMAGINÁRIO RELIGIOSO

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Cláudio Correia de Oliveira Neto Curso de História-CCHLA-UFRN correia.claudio@rocketmail.com SILVA, Marcos José Diniz. República e “religião social”: maçons, espiritas e teosofistas no espaço   público cearense. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais , Vol. 7  Ano VII  nº   3, Set./ Out./ Nov./ Dez.   de   2010.             O imaginário politico e o religioso sempre se encontram nas encruzilhadas da História. Mesmo numa sociedade que se considera laica o fator religioso ainda habita no Estado com nuanças mais singelas e cores mais pardas ou não. Apesar da tentativa de neutralidade e separação presente desde a Idade Moderna, fica cada vez mais claro que o ser humano não é fragmento, no sentido de ser ora uma coisa ora outra enquanto desempenha seu papel social. No teatro da vida os papéis mais diversos que interpretamos se entrelaçam de maneira tal que fica difícil ...

O USO DE FONTES NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto correia.claudio@rocketmail.com Historiador Licenciado – UFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental – IFRN RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento – imagem e texto. 2 ed. São Paulo: FTD, 2002.   p.16 – 114. ( 8ª  série - Coleção História em Documento – Imagem e Texto).             O livro apresenta uma proposta muito interessante, ele é dividido em unidades temáticas estando o conteúdo de  História do Brasil República I em duas unidades: “A eclosão de movimentos sociais(1900-1920)” e “O poder do Estado (1920-1945)”. As unidades se subdividem em capítulos, e cada capitulo equivale a uma problemática, como, por exemplo, “Quem governa o Brasil na primeira República?” Cada um dos capítulos se inicia com um texto/documento, que pode ser uma música, um poema, um conto, uma crônica entre outros. Logo em seguida um resumo geral do conteúdo com in...

“Isso é coisa de mestrado!”

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador Licenciando e Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental Correia.claudio@rocketmail.com OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Os desafios de formação para a docência dos profissionais de História. 2013.p.14. Em pleno corredor do setor de aulas II da Universidade Federal do Rio Grande do Norte as seguintes palavras de ordem foram grafitas “ desescolarize-se.” Esse pedido parece ter muito a falar sobre os silêncios impostos no jogo de saber-poder que ocorre na academia. De certo que a Escola e a Universidade têm suas aproximações e afastamentos. A Universidade se pretende uma formadora de profissionais e produtora de conhecimento. A Escola por sua fez se pretende formadora de cidadãos e produtora de certo conhecimento, que alguns membros da Universidade desconsideram, pois erroneamente julgam que o espaço escolar é um mero reprodutor do conhecimento universitário. Todavia não é leviana a afirmação que ambas com...

Menocchio na fronteira da História com a Literatura

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Graduando em História correia.claudio@rocketmail.com Isaac Antunes Braga de Carvalho Graduando em História issachistoria@hotmail.com Luan Augusto Firmino de Souza Graduando em História luancorintias@globo.com Luciere Cavalcante da Silva Graduanda em História cavalcanteluciere@yahoo.com.br Poliana Cláudia Martins da Silva Graduanda em História lyrocko@hotmail.com Raimundo Hélio da Silva Graduando em Historia raimundo.helio@bol.com.br A História é o mais belo romance anedótico que o homem vem compondo desde que aprendeu a escrever. Mas que tem com o passado a História? Toma dele fatos e personagens e os vai estilizando ao sabor da imaginação artística dos historiadores. Só isso. Monteiro Lobato O AUTOR             Carlo Ginzburg nasceu no dia 15 de Abril de 1939, em Turim na Itália. Filho do Filologista Leone Ginzburg com a romancista Natáli...

O CASO DA RUA LONGA

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Momo e o Senhor do tempo (Livro de Michael Ende) Todas as manhãs, horas antes de o sol nascer, Beppo pegava sua velha bicicleta e ia até um prédio muito grande na cidade. Ali esperava, no pátio, com os companheiros de trabalho, até lhe darem uma vassoura, um carrinho de mão, e indicarem as ruas que deveria varrer. Beppo adorava aquelas horas matutinas, quando a cidade ainda estava adormecida,e fazia sua tarefa com boa vontade e empenho, pois sabia que era um trabalho muito importante. Varria as ruas devagar, mas com muita regularidade: a cada passo uma respirada, a cada respirada uma varrida. Passo - respirada - varrida. Passo - respirada- varrida. De vez em quando parava um pouco e ficava olhando para longe, com ar pensativo. Depois recomeçava, passo - respirada - varrida… Enquanto se deslocava assim, uma rua suja na frente, uma rua limpa atrás, com freqüência lhe vinham a cabeça grandes idéias se...