Menocchio na fronteira da História com a Literatura

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto
Graduando em História
Isaac Antunes Braga de Carvalho
Graduando em História
Luan Augusto Firmino de Souza
Graduando em História
Luciere Cavalcante da Silva
Graduanda em História
Poliana Cláudia Martins da Silva
Graduanda em História
Raimundo Hélio da Silva
Graduando em Historia


A História é o mais belo romance anedótico que o homem vem
compondo desde que aprendeu a escrever. Mas que tem com o
passado a História? Toma dele fatos e personagens e os vai estilizando
ao sabor da imaginação artística dos historiadores. Só isso.
Monteiro Lobato


O AUTOR
            Carlo Ginzburg nasceu no dia 15 de Abril de 1939, em Turim na Itália. Filho do Filologista Leone Ginzburg com a romancista Natália Ginzburg, de quem o historiador diz ter sido influenciado a ponto de, antes de sua graduação, queria ter sido um romancista, e apesar de não ter se tornado um, utilizou esta influencia para sua obra tão famosa O queijo e os Vermes, onde ele diz ter utilizado técnicas suportadas pela ficção, mas com um objetivo verdadeiro. 
            Durante sua formação, foi aluno da Escola Normal Superior de Pisa, continuando seus estudos no Instituto Warburg, em Londres, na Inglaterra.
            Ginzburg se formou em História e passou a lecionar na Universidade de Bolonha, na Itália. Mas não demorou muito, mudou-se para América passando a lecionar nas Universidades de Harvard, Yale, Princeton e da Califórnia. Nesta, Ginzburg ocupou durante duas décadas a cadeira de Renascimento Italiano no Departamento de História. Em Los Angeles, começou suas atividades em 1988, e na metade da primeira década do século XXI, voltou ao seu país de origem para lecionar Cultura Européia na mesma Escola Superior de Pisa onde começou sua formação.
            Carlo Ginzburg está entre os historiadores mais notáveis da Itália, eu diria que, do mundo. Seus livros já foram traduzidos para 15(quinze) línguas. Está entre os pioneiros, tornando-se um dos principais nomes da Micro-história, Escola Historiográfica que dá maior atenção a fatos relevantes normalmente ignorados dentro de um contexto construído de forma generalizada, utilizando-se de recursos documentais, uma série de fontes, antes não consideradas pela história tradicional.
            Com a publicação de seu livro Os Andarilhos do Bem, Ginzburg teve grande reconhecimento ao analisar crenças religiosas populares no início da Idade Moderna, focado-se em uma comunidade camponesa do século XVI, utilizando processos inquisitoriais como fontes. Contudo, seu maior sucesso foi o livro O queijo e os vermes, publicado em 1976 e conhecido mundialmente. A obra aborda a vida de moleiro, conhecido como Menocchio, que é considerado herege e perseguido pela inquisição.
            Outras obras do autor que ganham destaque são: História Noturna (1991), Mitos, Emblemas e Sinais (1989) e Olhos de Madeira (2001). Sua metodologia inovadora, baseada no aprofundamento da vida de um indivíduo ou de uma comunidade para revelar detalhes de um época, renderam-lhe vários prêmios, com destaque para o Prêmio Antonio Feltrinelli, em 2005; Prêmio Balzan, em 2010, como personalidades de artes e da cultura. Carlo Ginzburg é membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências e é colaborador de revistas de ciências humanas importantes como: Past and Present, Annales e Quaderni Storici
       
A OBRA

Carlos Ginzburg é um historiador que se diz apaixonado pela arte de fazer história, em especial à história vista de baixo para cima, micro para macro história sendo, portanto, um historiador de micro história cujo seu objeto não é o sujeito ícone que se destaca como Galileu, ou Lutero, durante a inquisição, exemplos bastante debatidos na historiografia, mas, o homem comum, o homem do campo, o camponês que tira da terra o seu sustento, o marceneiro, o moleiro o que cuida e extrai farinha de seu moinho, o homem fechado no seu espaço na sua localidade no seu mundo limitado, nessa obra Ginzburg vai um pouco além com seu faro de micro historiador fareja uma boa historia instigada numa simples frase “O mundo teve sua origem na putrefação” surgiu uma interrogação exalada desse mau cheiro lácteo e necrófilo que exalava das páginas empoeiradas dos arquivos da cúria de Udine (1962) quem era este homem que vivia nesse contexto em plena segunda metade do século XVI (1584)?  Ele era com certeza um divisor de águas, desse clichê quebrava todos os estereótipos. Mas, esta é uma história que será contada mais adiante.

A PESQUISA

             A obra de Ginzburg, nas suas pesquisas tinha um foco à busca de registros nos Arquivos da Cúria Episcopal de Udine (Itália 1962) a procura era a documentação que tratasse de seitas místicas como descreve no prefácio da versão inglesa.

Pesquisei os julgamentos de uma estranha seita de Friuli, cujos membros os juízes identificaram como bruxas e curandeiros. Mais tarde escrevi um livro sobre eles (I benandanti: Stregoneria e culti agrari tra Cinquecento e Seicento), publicado em 1966 e reimpresso em Turim, em 1979.

            Mas, sua atenção foi desviada para um trecho curioso um processo extremamente longo de 15 (quinze) anos chamou sua atenção à duração de um julgamento tão grande e porque daquele homem o que ele tinha de especial como descreve.


Ao folhear um dos volumes manuscritos dos julgamentos, deparei-me com uma sentença extremamente longa. Uma das acusações feitas a um réu era a de que ele sustentava que o mundo tinha sua origem na putrefação.

Quem era esse homem? Anotou as páginas do processo e continuou sua pesquisa sobre ceitas, curandeiros e bruxos que eram os objetos dessa pesquisa, mas, sempre se indagava sobre aquela frase. Em 1970 retoma as buscas, afinal quem era aquele homem e qual o significado da declaração que formulara, a única coisa que sabia era seu nome, Domenico Scandella chamado, Menocchio. Este livro narra sua história graças à farta documentação dessa busca seguida pelo seu faro de historiador de micro história, o qual nasceu:“O queijo e os vermes: o cotidiano de um moleiro perseguido pela inquisição” (1976).
O USO DA NARRATIVA LITERARIA NA OBRA
O livro está dividido em 62 capítulos pequenos e concisos de fácil entendimento como o próprio Ginzburg descreve esta obra foi pensada para o leigo em historia sobre o tema, o estudante comum e o especialista que seria o único que teria a curiosidade de ir à busca das referências postas de propósito no final como descreve.
O queijo e os vermes pretende ser uma história, bem como um escrito histórico. Dirige-se, portanto, ao leitor comum e ao especialista. Provavelmente apenas o último lerá as notas, que pus de propósito no fim do livro, sem referências numéricas, para não atravancar a narrativa. GINZBURG, 1976. P. 9)

            Sendo assim, o livro “O queijo e os vermes” é uma obra que deve ser aplicada nos planos de aula do professor de história sobre a Igreja, Inquisição e a cultura popular como referência bibliográfica complementar (paradidático) anexando aos assuntos tratados em aula com a referência básica (livro didático) quebrando o estereótipo de que os livros dos grandes autores da historiografia mundial são voltados para um público restrito, à academia e seus pares. Tanto que o Ginzburg é autor certo há anos na Jornada Literária de Passo Fundo promovido pela UFPF – Universidade federal de Passo Fundo (MG) e a Prefeitura Municipal, o próprio autor se diz “encantado com a multidão de crianças a procura pelos livros” (GINZBURG, 2011)

O USO DA LITERATURA COMO FONTE NA OBRA

Com a leitura da excelente obra “O Queijo e os Vermes” do Historiador Italiano, é interessante perceber como o autor utiliza como fontes para que o próprio pudesse entender todo pensamento do moleiro, Domenico Scandella, popularmente conhecido como Menochio, pois, o autor é reconhecido pelo meio acadêmico ou não acadêmico como o historiador dos vestígios, ou seja, o historiador que se “preocupa” com os detalhes, com os vestígios.
Carlo Ginzburg utilizou como fonte as próprias(ou prováveis)  leituras que o Menochio fez, para que pudesse haver um entendimento maior sobre o protagonista da obra. E antes de analisar quais eram estas leituras, é necessário compreender e analisar de que forma essas leituras chegaram as mãos de Carlo. Estes livros, na verdade, estas citações de livros (não tinha a obra na integra) estavam citados nos próprios autos dos dois julgamento no qual o Menochio foi submetido, portanto, durante o processo de julgamento, Domenico Scandella citou algumas obras, alguns livros, algumas citações destes livros, para que ele tenha toda argumentação sólida sobre suas idéias ditas heréticas.
Então agora sabemos que estas citações destes livros chegaram às mãos de Carlo Ginzburg, através dos autos dos dois julgamentos no qual o Domenico foi submetido, e que serviram de fonte, em grande medida, para que pudesse ter um entendimento melhor sobre o Scandella podemos nos questionar : e quais eram as leituras que o Menochio fez? Bem, em grande medida, ele leu cerca de 10 a 14 livros para que o mesmo pudesse uma argumentação sólida a respeito a questões religiosas, e, as principais obras foram: A bíblia em vulgata, Decameron, Il Fioretto della Bibia, entre outros, é interessante observar que de todos estes 10 a 14 livros, apenas um foi comprado, todos os outros foram adquiridos em forma de empréstimos, empréstimos estes feita pelos próprios moradores que moravam na região em que Domenico morava, a região de Montereale,.Mas isto, não significava dizer que a população também tinha estas idéias ditas heréticas, é importante ressaltar isto também.Lembrando que na obra o autor sempre nos mostra o trecho da leitura e a forma como Menochio interpretou tal fragmento.
Mas,como estes livros chegaram aos Juízes? A mando dos próprios inquisidores, algumas pessoas foram até a casa de Menochio, para que apreendesse todo material que eram proibidos naquele momento, e dentre os materiais que constavam na apreensão estava estas obras, estes livros, que eram proibidos de circular naquela época, considerando que são leituras ditas heréticas. É bem verdade, que alguns outros livros não foram aprendidos, porque os próprios inquisidores não as julgavam como leituras de cunho herético, portanto, não chegaram a ser listados.
Pode-se concluir que Carlo Ginzburg, utilizou em grande medida, as próprias leituras e interpretações que Manochio fez,a Literatura como fonte permitiu que o leitor pudesse ter um maior entendimento, um maior detalhe a respeito dele, o Domenico Scandella.

NA FRONTEIRA ENTRE HISTÓRIA E LITERATURA
O movimento Iluminista do século XVIII tenta enquadra a História enquanto ciência, se estabelece leis e métodos inspirados nas Ciências Naturais.No processo de construir um lugar social de fala para a Ciência Histórica começasse a negar antiga dimensão artística da História (ALBUQUERQUE JR).Um muro entre a Literatura e a História é construído.Os literatos não possuem compromisso com a verdade construindo por meio de sua narrativa um mundo contraposto ao real (MENDONÇA ;ALVES) e o historiador então  será aquele responsável por iluminar a caverna e mostrar a verdade(ALBUQUERQUE JR).Esta busca voraz pela verdade faz com  as  correntes estruturalista e marxista  renunciem  a ficcionalidade como estilo narrativo.Com a queda dessas correntes nos meados do século XX as certezas construídas foram desfeitas (SANTOS).Diante da complexidade dos tempos de confusão se traça novos caminhos que nos levam de encontro a Literatura (SANTOS).
Nestes novos paradigmas um livro se revela como pioneiro , .”O queijo e os vermes:o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela Inquisição” de Carlo Ginzburg  encabeçando um movimento intitulado “a volta da narrativa” ,que  reuni filósofos,historiadores,literatos e antropólogos que tentam reconstruir ou resignificar a relação entre Literatura e as Ciências Humanas.Em “O fio e os rastros:Verdadeiro,falso,fictício” Ginzburg discute sobre a sua tentativa em “O queijo e os vermes” de retomar a narrativa literária como modo de narra a História,mais do que reconstruir a história individual de seu protagonista sua intenção é narrar.A própria literatura o estimula a disponibilidade da experimentação (GINZBURG).A leitura de Exercícios de Estilo de Queneau e Guerra e Paz de Tolstói durante a pesquisa documental para a escrita do livro são determinantes  para a adoção da Literatura enquanto estilo narrativo (GINZBURG).
Segundo Lima  a “ legibilidade do livro” ,que é capaz de conversar com o especialista e com o leitor comum graças a modalidade de “história narrativa”,é o fator de sucesso do livro a ponto de torná-lo livro de bolso. A postura relativista e a sua obra — incluindo  O queijo e os vermes — são co-responsável por “levar mais água ao moinho do pós-modernismo”(LIMA).Em “O queijo e os vermes”  fica exposto a dependência da História no uso da linguagem e da forma de  exposição .A Literatura nessa obra não é só um recurso narrativo e retórico ,mas “ o uso (pelo menos controlado) da invenção, do apelo ao provável e ao verossímil para a construção do seu argumento”.O recurso estilístico potencializa a capacidade de explorar narrativamente a realidade na qual vivemos (LIMA).Este estilo ajudaria a História a dar conta da subjetividade da existência  ,do inumano e indomável (ALBUQUERQUE JR) e por tanto aproximar-nos-ia da  vida e dos homens (ALBUQUERQUE JR).
A chegada da obra do Ginzburg no Brasil dos anos 1980 causa um rebuliço em literatos e historiadores. Figueiredo assim descreve esta corrida em busca do Menocchio brasileiro:
“Chegou recentemente a desconfiar que o sonho dos historiadores com o herói ginzburguiano talvez tenha chegado ao mundo dos literatos. Fortemente influenciado pelo texto machadiano,  Chalhoub chamou atenção para o velho enlace entre ficção e realidade suscitado pela obra de Ginzburg: “Naturalmente eles (os ficcionistas) podem criar os mais diversos tipos e fantasiar com personagens reais e consagrados pela história, mas garanto que alguns adorariam ter um personagem real e inexplorado ao qual pudessem atribuir pensamentos e situações, ou tornar o desconhecido conhecido através de um romance, por exemplo.”
Sidney Chalhoub, iniciada na década de 1980 ,sob essa influência marcada pelo enlace entre história e literatura publicou obras importantes sobre as formas da cultura popular e das experiências de liberdade no contexto da escravidão no Rio de Janeiro do século XIX.No ano de 2003  publicou  Machado de Assis, historiador, obra integra profundamente sua leitura sobre a narrativa da história. No livro,ele recorrer à documentação do Arquivo Nacional para analisar o cotidiano da segunda seção de uma diretoria do Ministério da Agricultura durante o período em que seu personagem a chefiava (1870 até o final da década 1880), Chalhoub reencontra o herói da literatura brasileira.Machado continua inexplorado pelo viso do servidor público da burocracia imperial brasileira. O historiador, mediante um trabalho indiciário, encontrou elementos que o permitiram interpretar os romances de Machado sob nova perspectiva, buscando o significado das mudanças históricas do período segundo a visão do próprio escritor. Chalhoub mostra como usando a narrativa literária Machado de Assis expõem em suas obras” a complexidade de seu tempo por meio da caracterização e dos diálogos de seus personagens e, através deles, podemos analisar os modos de atuação política cotidiana dos subordinados, sejam eles homens ou mulheres, livres ou escravos”(FIGUEIREDO).Na perspectiva de Figueiredo ele acredita que  “O queijo e os vermes” deixou na historiografia o seguinte sentimento:
“Se os muitos historiadores e literatos brasileiros gostariam de encontrar um Domenico Scandella como objeto de estudo, quantos mais ainda sonhariam com a possibilidade de se rebelar com o estabelecido, com os livros, com os dogmas de hoje e, ainda mais, com a possibilidade do legado que deixariam em forma de obra, de narrativa, para a história?”

            As incerteza desta era que Burke adjetiva como instigante e confusa possibilitam na visão de Santos “o  debate   em  torno   da   verdade,   do   simbólico,   da   finalidade   das   narrativas  histórica   e   literária,   da   gerência   do   tempo   e   da   recepção   do   texto”,que unem   a   História   e   a   Literatura  enquanto  possibilidades de leituras de   “uma   recriação   imaginada    do   real”.Realidade ora   representada   de   forma   indireta pelo  literato,   que  “ usa   a   imaginação,   mediante   a   figuração   da   linguagem”,ora pelo   historiador  que “ registra   propostas   que   afirma   corresponder   aos detalhes   extratextuais(documentais)”(SANTOS).Estas são lições importantes que Carlo Ginzburg nos ajuda a apreender no fazer histórico.
OS USOS DE HISTÓRIA E LITERATURA NA SALA DE AULA
             No livro de Michel de Certeau, História e psicanálise: entre ciência e ficção, no primeiro capítulo “A história, ciência e ficção,” trata da discussão entre a História e sua busca remota pela legitimidade diante da ficção, pois os fatos apresentados no texto literário não necessariamente são parte de uma dada realidade.

             Dentro desses aspectos, procuramos discutir e apresentar o livro O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição de Carlo Ginzburg, que buscou proporcionar uma relação harmoniosa entre História e Literatura sendo uma das principais fontes de pesquisa do mesmo. A pergunta é como trabalhar História e Literatura na sala de aula? Uma das alternativas é utilizar a obra literária como “documento”, a partir da leitura de uma obra ficcional tanto professores como os  alunos extraírem as informações do período. Ao ler Os sertões de Euclides Cunha, uma obra que trata do conflito de Canudos, mostrando a visão do homem como produto do meio em que vive, pode ser trabalhada com facilidade em sala de aula, extraindo as principais informações do período e fazendo essa ponta de ligação.
A História e a Literatura por muito tempo estiveram distanciadas, como se fosse a água e óleo, como se falassem sobre assuntos distintos, mas com o passar do tempo essas diferenças estão diminuindo, mostrando que a leitura de obras literárias podem contribuir para  pensarmos a História. E para, que isto se torne realidade constante é necessário romper com as barreiras impostas pelo cientificismo e pela divisão atual que as disciplinas estão esquematizadas. 

            Como estávamos apresentando e discutindo histiograficamente o livro de Ginzburg, é importante ressaltar como poderíamos trabalhar em sala de aula, o livro dividido em capítulo em seguida entregue a cada grupo de alunos para apresentar em forma de seminário e posteriormente aberto para o grande grupo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
            A obra que analisamos é simplesmente um manifesto de aproximação entre a Literatura e a História.Como vimos na ânsia de criar uma cientificidade a História acabou se afastando da Arte e da capacidade de atrair grandes públicos .A Universidade em grande medida se torna um muro de ilusões e esquece que a História deve ser produzida para todos e não só para os historiadores profissionais.É um contra-senso escrever a História de um quilombo se nenhum quilombola ler.A Literatura pode de deve ser usada,como o Ginzburg faz muito bem,para aproximar a História cientifica das demais pessoas .Estabelecer esta relação e apresentar esta proposta de uso da Literatura foi o nosso objetivo.































BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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GINZBURG,Carlo.O queijo e os vermes:o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição.São Paulo:Companhia das Letras,2006.
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GRILLO,Maria Ângela de Faria.A Literatura de Cordel e o ensino de História. Porto:Universidade do Porto,2008.

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MENDONÇA,Carlos Vinicios da Costa;ALVES,Gabriela Santos.Da alegria e da angustia de diluir fronteiras:diálogo entre História e Literatura.Disponível em www.historia.uff.br/cantareira  Acesso em  03 outubro 2011.

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