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Mostrando postagens de 2017

GORDINHO: UM ATO POLÍTICO

 Na cultura ocidental o corpo sempre foi um espaço de disputa de poder. A dominação do corpo, seja do seu próprio ou do outro, é um fetiche antigo na humanidade. Passou pelos extremos ideológicos, foi o centro da beleza, da ojeriza, da santidade, do pecado, do doente e do são. A Modernidade o conduziu para um patamar mais mecânico em sintonia com a edificação de uma sociedade disciplinar. O corpo era algo dócil e indolente, preguiçoso e adoentado que  precisava se tornar produtivo. Era necessário disciplina-lo, potencializa-lo. Deu inicio então a uma política do corpo que foi se sofisticando cada vez mais. O Biopoder dobra o corpo para flexionar o espírito. E usa o corpo são para minar a mente do corpo “débil”. O corpo belo é um instrumento de hierarquização social e mantenedor do status quo. É bem mais fácil subjugar às criaturas que se envergonham de sua forma e existência. Na sofisticada Sociedade de Controle não é mais satisfatório simplesmente subjugar o corpo é necessár...

VELHAS DISPUTAS, NOVAS ARENAS: NOVAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO, DEMOCRACIA AMPLIADA E CIDADANIA ATIVA

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Cláudio Correia de Oliveira Neto correia.claudio@rocketmail.com Historiador – UFRN Especializando em EJA no contexto da diversidade- IFRN Mestrando em História – UFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental – IFRN Izabel Corrêa ao discutir transparência e democracia traz uma importante contribuição a discussão ao introduzir o elemento tecnológico como elemento chave para uma nova postura de cidadania ativa ao usar estas ferramentas para fiscalizar as atividades e gastos parlamentares. Outro importante elemento que ela trouxe foi a desconfiança como força positiva capaz de produzir ou induzir a produção de tecnologias que auxiliem o cidadão a cuidar dos recursos públicos e cobrar providencias. As novas tecnologias da comunicação e informação (NTICs) possibilitaram estender as formas de participação no espaço público. A retomada do espaço público é um marco significativo na contemporaneidade, desde a idade moderna o que se via era um crescente processo d...

BANCO DE PROVAS ENEM

PROVAS ANTERIORES ENEM  PROVAS CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 

A HISTÓRIA DOS PROCESSOS SELETIVOS DE INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL (1808-2017)

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Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador Licenciado – UFRN Especializando em EJA no contexto da diversidade – IFRN Mestrando em História – UFRN correia.claudio@rocketmail.com             Para Constituição Federal do Brasil (1988) o ensino superior não é contemplado dentro do direito universal a educação. O direito a educação é resguardada a educação básica (os 12 anos do ensino fundamental e médio). No entendimento constitucional o ensino superior deve se dá “segundo a capacidade de cada um”. Isto ocorreu porque no pensamento da época entendia-se que a diplomação de nível superior se converte apenas como benefício do indivíduo que passa a ser um profissional certificado e este benefício não se estenderia a coletividade, portanto ônus e bônus deveriam ser exclusivamente individuais e meritocrático.             Desde de 1808 com a criação das primeiras escolas...

História do Trabalho: antídoto para a ideologia do trabalho

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador – UFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental – IFRN Mestrando em História – UFRN Bacharelando em Ciências Sociais – UFRN             O Trabalho como aquilo que dá sentido à vida e que dignifica o homem é uma invenção muito recente na história humana.  Na mitologia greco-judaíca-cristã o trabalho é sempre um castigo. No pentateuco, mais especificamente no livro de Gênese o trabalho é a pena a qual os seres humanos são condenados pela quebra da aliança com deus. Nas narrativas míticas gregas e romanas a figura do deus do trabalho é bem significativa. Seja Hefestos no mundo grego ou Vulcano no mundo romano, o deus do trabalho é uma figura feia, peluda e manca. Toda a estética da população mais humilde forma a imagem do deus que representa o trabalho. De tão insignificante nem mesmo tem o direito de frequentar o monte Olimpo ainda que seja ele o primogênit...

A LUTA DO NEGRO E O NEGRO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

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Por Cláudio Correia de Oliveira Neto Historiador Licenciado- UFRN Especializando em Educação de Jovens e Adultos no contexto da Diversidade - IFRN Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental- IFRN correia.claudio@rocketmail.com               TRANSCRIÇÃO DA AULA MINISTRADA NO SENAC/RN NA PROVA PRÁTICA PARA INSTRUTOR DE HISTÓRIA NO PREPARÁTÓRIO ENEM 2017 DOC 01 [...] Ontem plena liberdade,    A vontade por poder...    Hoje... cúm'lo de maldade,    Nem são livres p'ra morrer. .    Prende-os a mesma corrente    — Férrea, lúgubre serpente —    Nas roscas da escravidão. [...] ALVES, Castro. O Navio negreiro. São Paulo. 1869.          O poeta Castro Alves em sua obra mais famosa, “O navio negreiro”, expõem toda a dor causada pela escravidão que arranca o negro de sua terra para ser escravizad...

PAISAGEM, DISCURSO E EXPERIÊNCIA AFETIVA: UM ESTUDO A PARTIR DO PROGRAMA “LARGADOS E PELADOS”

Claudio Correia de Oliveira Neto Historiador Especializando em Educação de Jovens e Adultos no contexto da diversidade Técnico de nível médio integrado em controle ambiental correia.claudio@rocketmail.com CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR O EPISÓDIO AO QUAL ESTE TEXTO SE REFERE CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR SOBRE OS LENÇÓIS MARANHENSES             O programa norte-americano “Largados e Pelados” é transmitido pelo canal por assinatura Discovery, consiste em um casal de participantes que não se conhecem ser abandonado pelados em um local inóspito e desconhecido providos apenas de uma bolsa com mapa, facão e um utensilio de escolha do candidato por 21 dias. O programa ocorre em vários lugares ao redor do mundo. Em um destes episódios o local escolhido foi o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.             Enquanto telespectador brasileiro tive um choque com a forma como...

“Ainda que ande pelo vale da sombra da morte”: a produção dos espaços de medo e punição

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Claudio Correia de Oliveira Neto Historiador Especializando em Educação de Jovens e Adultos no contexto da diversidade Técnico de nível médio integrado em controle ambiental correia.claudio@rocketmail.com PRODUÇÃO MATERIAL E DISCURSIVA DOS ESPAÇOS DE MEDO             Na localidade onde você mora deve haver uma rua que se evita passar pelo perigo de ser assaltado, um bairro que frequentemente está nos telejornais policiais, uma parada de ônibus que não é usada em determinado horário devia a arrastão, uma avenida que se apressa o passo para fugir de assalto ou bala perdida. Há sempre um espaço marcado pelo medo. Essencialmente nenhum espaço tem essência em si, a adjetivação do espaço é feita pelos sujeitos que nele habitam de forma material ou simbólica (ARRAIS, 2004) (TUAN,2013). Há um processo de produção de significado que o torna temido pelos transeuntes.  Esta diferenciação espacial se dá de duas formas: a mat...