IV. OBETIVOS, UMA OBRIGAÇÃO OU TRANSGRESSÃO

O texto a seguir é um trecho do artigo 
 GENTE COM MEMÓRIA DE AGENTE: O ALUNO, HABILIDADE E AÇÃO INFECTANTE escrito por 
Cláudio Correia de Oliveira Neto e Raimundo Hélio da Silva     na  ocasião do                   V Encontro Estadual de História - Caicó em Agosto de 2012.
Apreciem sem moderação !
 
A escola desde os tempos rememoráveis vem desempenhando o seu papel na formação do indivíduo na sociedade clássica baseada na observação do cotidiano na comparação com o outro os mestres seus tutores para os pátios, as praças. Os campos das cidades e fazia sua explanação perante seus pupilos sobre a arte de guerrear, a arte da diplomacia quando necessário, a continuidade de sua linhagem, sua sexualidade, etc. Toda sua formação voltada para uma aplicabilidade no seu mundo e na sua individualidade o que se chamou Paideia4 palavra que originou a pedagogia sabe-se que esta prática era voltada a um público em especial o cidadão de origem grega, não era uma prática comum a todos.
A atualidade não distinguisse da Antiguidade Clássica quanto ao Caráter (in) formativo dos educandos. Dar forma exige formas, repetições, replicas. Repetir não é criar. Seguir objetivos é uma obrigação, um ato de repouso, de inércia. Objetivos fixam em um fim e não em um caminhar. Fins não propiciam dúvidas, conflitos, provocações. Fins são enceramentos, é o que impede de Criar/Pensar. A Vida escapa entre as barreiras dos objetivos. Viver é incerto, o objetivo é a certeza. As certezas não se relacionam com a vida, mas com o que transcende a vida. De certo que nenhum dos alunos ou seres humanos viventes transcendeu a vida. Como dito em tópico anterior só a complexidade de viver pode dar significado ao viver, pois é um movimento.
Se o objetivo se afasta da Vida e nós ainda vivemos, devemos então nos afastar do objetivo. Transcender não é para os vivos. Devemos nos aproximar da Vida e portanto da Transgressão.Transgredir é para os vivos. Ensinar/Apreender devem ser atos Transgressores. Nossos alunos e nós mesmos devemos ser transgressores.
O Professor enquanto vírus deve perturbar a célula escola/sala de aula que está realizando sua atividade natural de formar, de distribuir certezas e negar a Vida.O Vírus torna o comportamento da célula escola/sala de aula anômalo. Ele produz violência que retira a inércia do pensamento. E é ali na célula escola/sala de aula que começa a se reproduzir novos vírus. A Força aplicada fez Metapensamento. Não sabemos qual provocação produz ou não Metapensamento, pois só o aluno pode sentir a Estranheza que faz criar , isso já se explicou anteriormente .Só podemos provocar,aplicar força,fazer transgredir pela própria prática da transgressão.Os novos vírus não são cópias do Professor Vírus ,eles são diferentes,mutantes.Qual mutação do vírus? Não podemos determinar , é incerto . A mutação é o próprio ato de Pensar do aluno que produziu um Pensar que não corresponde ao do Professor vírus.O metapensamento gera um Metapensamento não correspondente a gênese.Não se Cria igual,até porque Criar é o oposto de Repetir.Criar é a Diferença.

REFERÊNCIAS

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CASCUDO, Luiz da Câmara. História da República no Rio Grande do Norte: Da República à primeira eleição direta para governador. Rio de Janeiro: Edições do Val. 1965.

CERTEAU, Michael. A invenção do cotidiano: a arte de fazer. 3 ed.. São Paulo: EDITORA VOZES, 1988.
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SEIXAS, Jacy Alves de. Percursos de memórias em terras de história: problemáticas atuais. Minas Gerais: Faculdade de Uberlândia.
SOARES,Jurandir Goulart;BARBOSA,Salvador Leandro.O que é a filosofia? Da criação conceitual ao Aprender. Disponível em : < www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e1.pdf> Acesso em: 15 Ago. 2012.


DISPONÍVEL EM:
http://nataldeontem.blogspot.com/ Acesso em: 110/05/2012

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